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Crítica: Astro Boy

Antes de falar sobre o filme de Astro Boy, devo dizer que tenho uma admiração profunda pelo mangaká Osamu Tezuka, mas que nunca gostei especificamente da série de mangás Astro Boy.

Astro Boy é um filme de animação em CG. O filme se passa num futuro, onde os humanos confiam todas as suas tarefas aos ‘nossos amigos robôs’, que fazem todas as tarefas que normalmente faríamos, como dirigir, recolher lixo, etc. E tudo isso se passa em Metro City, uma espécie de cidade flutuante, que se desprendeu da superfície da Terra por ela ter se tornado inabitável devido à poluição (e é lá onde jogam agora os resíduos e robôs quebrados).

O filme foca em Toby (voz de Freddie Highmore), que é um ‘adolescente’ de 13 anos brilhante na escola, e filho do ‘pai’ dos robôs, Dr. Tenma (voz de Nicolas Cage), que insiste em ir ver o novo trabalho de seu pai (chamado de Pacificador) e acaba indo lá sem a autorização do mesmo.

Lá, o Presidente Stone (voz de Donald Sutherland) insiste em carregar o robô com um núcleo de energia negativa (vermelho) em vez do núcleo com energia positiva (azul), para que ele se torne uma arma forte e para que possa se re-eleger declarando guerra ao povo da superfície.

Porém, um acidente ocorre, e Toby acaba sendo desintegrado pelo Pacificador. Tomado pela tristeza e pelo luto, Dr. Tenma cria então um robô idêntico ao seu filho e com todas as suas memórias, carregando-o com o núcleo azul. Mas ele não consegue tratar o robô do jeito que tratava seu filho, já que este demontra-se mais inocente e dócil que o ‘antigo’ Toby.

Ah, sim, ele MORRE sim. Não é spoiler, já que isso ocorre entre os primeiros 15 minutos de filme e não é nada importante.

Renegado, ele acaba caindo na superfície, onde arruma amigos humanos e robôs, e lá tem seu nome definido como ‘Astro’, e acaba finalmente achando seu lugar…bom, vou parar por aqui antes que eu dê spoiler.

E é isso do que o filme se trata. Realmente, me impressionei, já que o filme acaba se revelando muito mais ‘forte’ do que eu imaginava, tratando de temas bem adultos (como a perda de alguém e a ganância humana) mas, ainda sim, revelando-se inofensivo para as crianças, o que acaba se tornando seu defeito.

O filme é muito corrido, não deixando espaço para que nos emocionemos. Muito corrido e muito curto (1h e 30min, mais ou menos). Por sorte, o desenvolvimento de personagens não se mostra prejudicado, mas a emoção e o impacto que a história causaria são prejudicados sim.

A animação do filme é muito boa. Em alguns personagens, como Astro em si e o Dr. Elefun (voz de Bill Nighy), vemos que os traços do mangaká Osamu Tezuka foram conservados, porém o resto também não decepciona. E é interessante que o filme consegue nos prender, por exemplo, em ótimas cenas, como a em que Astro percebe que pode voar, e sai voando livremente pela cidade…podemos sentir a alegria e a liberdade que o personagem sente. E também é bem engraçado, como na cena em que Astro exclama “Eu tenho metralhadoras? Na minha bunda? Tá me zoando!”

O filme não deixa também de fazer referências a outros filmes para atrair pessoas mais adultas (como Pulp Fiction), mas não faz de forma tão ridícula como em Alvin 2.

É um filme corrido ao extremo, mas é bonito e oferece lições de moral…acredito que valha bastante a pena.
Nota 6,5/10