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Crítica: A Lenda dos Guardiões.

Olá! Tudo bom?

Vim aqui falar de A Lenda dos Guardiões. É um filme que já estreou no Brasil há um tempo, mas que ainda deve estar passando nos cinemas. Eu ví em 3D no shopping de uma cidade vizinha aí e, posso dizer que é não só um dos melhores filmes que ví esse ano, mas também é um dos maiores espetáculos visuais que ví na minha vida.

O principal do filme é Soren (voz de Jim Sturgess), uma coruja ainda jovem que, com a ajuda dos pais, está aprendendo a voar, e se sai relativamente bem, chegando até a causar grandes ciúmes no irmão Kludd (voz de Ryan Kwanten) por seu melhor desempenho, fazendo com que o mesmo se sentisse negligenciado e menosprezado.

Soren é uma coruja sonhadora, que se sente fascinado pelas fábulas e pelas histórias contadas pelo seu pai, principalmente por aquelas que contavam as gloriosas e belas batalhas dos Guardiões de Ga’Hoole, que, segundo as lendas, eram um grupo de soldados do bem que lutavam contra os exércitos do mal do grande vilão Bico de Ferro. E, como toda criança, acredita fielmente na existência de seus grandes heróis, chegando a almejar ser um guerreiro e se inspirar neles sempre que vai voar.

Em uma brincadeira dos dois irmãos, ambos caem da árvore onde fica sua casa e são sequestrados por corujas maiores muito estranhas, que os levam para um lugar estranho, junto com muitas outras corujinhas jovens. Esse lugar estranho, então, é uma base para um “clã” de corujas: O clã dos “Puros”, comandado pelo grande Bico de Ferro (voz de Joel Edgerton) das lendas, que criava soldados especializados em batalhas e coletores, que servem para procurar e colher um tipo de “partícula” estranha que atordoaria qualquer coruja por mais forte que seja, almejando dominar o mundo. Enquanto Kludd é persuadido a se tornar um soldado deles para ganhar o reconhecimento que nunca teve, Soren vira um coletor junto com várias outras corujas que foram lunatizadas e transformadas em corpos sem vida que simplesmente realizam sua função sem ter a capacidade de pensar. Então, ele escapa e, com uma turma de amigos, vai procurar os grandes heróis de sua infância para buscar ajuda e lutar contra os Puros.

É uma história até relativamente simples, se formos analisar o contexto geral, mas, mesmo assim, o filme não é simples em sí. Ele conta com uma atmosfera “dark” bem tensa e pesada, que dá um tom de seriedade bem grande para a aventura. Há uma urgência no que os principais estão fazendo, e os perigos pelos quais eles passam é convincente. As cenas de ação e batalha são simplesmente de tirar o fôlego. O filme é relativamente violento, sim. Não tem sangue, mas há várias mortes implícitas. Mesmo sendo o primeiro filme não-18+ do diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos, 300, Watchmen), vemos que ele não deixou pra trás suas características e seus gostos. Nas cenas de batalhas, há um belo uso das câmeras-lentas, que é algo que vemos desde 300 que o diretor faz muito bem.

E, como se não bastasse, o filme é lindo visualmente. Lindo MESMO. Tratando as corujas e os elementos gerais com um realismo impressionante, é um filme que nos deixa de boca aberta. Eu mesmo cheguei a ficar emocionado diversas vezes, chegando até a lacrimejar, mesmo que não tivesse acontecido nada de triste. Eu sou um chorão, não nego isso, mas devo dizer que a cena na qual Soren está voando na tempestade, em câmera lenta, com os pingos de água voando lentamente na direção de seu rosto com os relâmpagos caindo e se abrindo devagarzinho atrás…meu Deus, essa cena sim me fez ter diversas histerias internas e realmente me tocou, ainda mais em 3D. Conforme eu via o filme, eu pensava que era por isso que eu amava o cinema. Não só por causa de espetáculos visuais como esses, mas também porque eram a chance de uma vida de você ver coisas realmente marcantes, tanto em histórias quanto na parte estética das coisas. No cinema é um dos únicos lugares nos quais você pode acompanhar diversas histórias fascinantes e brilhantes, e um dos únicos lugares nos quais seus olhos podem ser presenteados com tamanhos espetáculos, cristalinos e emocionantes.

E foi pior ainda a minha emoção quando começou a tocar a música To the Sky, de Owl City. CARA, eu sou fá de Owl City mesmo. Eu amo Owl City. E não só o nome de Owl City combina com as corujas do filme, mas a letra da música To the Sky é absurdamente precisa e é tocada na parte exata, falando dos sonhos, de realizações e etc. E é exatamente essa a grande base do filme, os sonhos. Soren é um sonhador, e de tanto acreditar, acabou conseguindo o que sempre quis: Se encontrar com os seus heróis Guardiões de Ga’Hoole. E essa lição é realmente uma das grandes belezas. Siga seu sonhos, sempre. Lute pelo o que você acredita.

Infelizmente, o filme não é perfeito. A traição de Kludd, desde o começo, é algo que não convence. Ele simplesmente fica bravo por seus pais não o olharem da mesma forma que viam Soren, mas não é dado um motivo realmente convincente para que gerasse tamanha rebeldia. A construção desse personagem foi algo que me incomodou desde o começo, visto que é muito artificial. Desde que ele começa a traição, ele vai piorando como personagem, envolvendo até sua irmãzinha mais nova com os Puros, sendo praticamente um Edmund-coruja (Quem assistiu o primeiro As Crônicas de Nárnia, entenderá). E sentimos raiva dele. É normal sentirmos raiva de um personagem que é meio que vilão, mas não nos é dado uma explicação realmente boa para a conversão dele. E não dá pra deixar de notar isso.

Também, com um tempo de duração de mais ou menos 100 minutos, a história é um pouco desenvolvida às pressas, e algumas passagens poderiam ter aprofundamentos emocional e psicológico muito maiores. Mas temos que lembrar que é difícil prender uma criança na cadeira de cinema por muito tempo.

Mas isso não deixa de fazer com que A Lenda dos Guardiões seja um vencedor. Lindo, empolgante, fascinante e com uma lição de moral bonita, é um dos melhores filmes do ano e um dos filmes mais bonitos visualmente que já ví. A cena da tempestade, que citei anteriormente, é algo que ficará na minha memória pra sempre. Então, se puder, veja esse filme. Em 3D.

É de tudo o que vemos aqui que os sonhos deveriam ser feitos.

Nota: 9/10

Chase your dreams, and remember me, speak bravery,
Because after all those wings will take you, up so high,
So give the forest floor goodbye, as you brace the wind and,
Take to the sky ~~