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Crítica: Toy Story 3

Como prometido, vim aqui postar sobre Toy Story 3.

Mas antes, faço questão de demonstrar o meu amor pelos dois primeiros filmes, principalmente ao original. Toy Story sempre foi uma franquia com qualidade de produção excepcionalmente alta, com personagens tocantes, animação ótima (para as respectivas épocas), roteiros lindíssimos e direção maravilhosa. Se fosse para dar notas, daria 10/10 aos dois. Infelizmente, como todos sabemos, em 90% das trilogias, a qualidade sempre cai no terceiro. Foi assim com Matrix, Shrek, O Exterminador do Futuro e até ligeiramente com a excelente franquia O Poderoso Chefão.

E esse? Faz parte dos 90% ou é algo que se sobressai? Adianto: Toy Story 3 não só conseguiu manter a qualidade, como se mostrou ainda melhor que os anteriores. Como, você pergunta? Bom, direi tudo na crítica.

O filme se passa mais ou menos 10 anos depois do 2º. Andy (agora com a voz de John Morris) está indo para a faculdade e deve escolher um destino para seus tão usados e prezados brinquedos. Se recusando a jogá-los no lixo, resolve guardá-los no sótão, com exceção de Woody (voz de Tom Hanks), que decide levar para a faculdade, visto que sempre foi seu brinquedo favorito e tem um significado para ele.

Porém, em um engano, os outros acabam indo para o lixo. Ofendidos, fogem do saco preto e entram na caixa onde estão as doações para a Creche Sunnyside, um lugar no qual iriam brincar com eles e eles nunca mais se sentiriam sozinhos. E Woody, em uma tentativa falha de resgate, vai junto. Chegando lá, o lugar parece maravilhoso, colorido, e eles conhecem briquedos legais, como Lotso (voz de Ned Beatty) e o ‘namorado’ da Barbie (voz de Jodi Benson), Ken (voz de Michael Keaton). Porém, nem tudo é como aparenta, e a creche acaba revelando-se um lugar absurdamente sombrio.

E, sim, quando digo que é sombrio, eu realmente quero dizer isso. Pode ser um filme de animação, com brinquedinhos e tal, mas ele tem um tom bem mais ‘dark’ dessa vez. Como todos os trabalhos da Pixar, sempre tem um outro significado, uma moral. De novo, assim como nos outros dois filmes, a lição de amizade e união que o filme passa é muito forte, e nisso o roteiro de Michael Arndt (que já foi até premiado pelo excelente roteiro de Pequena Miss Sunshine) é simplesmente espetacular. Novos personagens também são introduzidos, e o que eu mais gostei é a menininha Bonnie (Emily Hahn), que é simplesmente a personagem mais fofa e bonitinha do mundo, assim como toda criança, é alegre, bonitinha e tímida, abraçando forte seu brinquedo toda fez que precisa dizer “Oi” para outro alguém, mas que sempre que está sozinha, brinca e pula toda feliz com seus bonequinhos. É uma personagem bem humana, assim como todos os outros também.

Outra coisa que adorei foi o foco que deram no próprio Andy. Ele não simplesmente esquece os brinquedos, parecendo uma espécie até de vilão. Não, ele se comporta de forma bem humana também, vendo o significado que seus brinquedos tinham para ele, fazendo não só que adquiramos um respeito imenso por ele, mas também fazendo uma das cenas mais tocantes da projeção. Sentimos por ele a consideração que ele tem com os mesmos, independente de sua idade atual.

Falando nas cenas tocantes, Toy Story 3 é cheio delas. Não vou dar spoiler, claro.

E ainda tem mais! Gostaria MUITO de falar sobre o vilão do filme. Não vou dizer quem é, mas eu tinha que mencioná-lo. Em muitos filmes, incluindo os para adultos, é comum vermos vilões diferentes. Alguns morrem, outros se redimem, outros continuam maus. E o desse filme é do tipo que continua mau. Sério, admito que fiquei impressionado com a coerência desse personagem, já que ele consegue ser um maldito do começo ao fim, sem mudar de forma alguma. Isso contribui muito para o clima mais tenso do filme que citei anteriormente. É um dos vilões mais maus que já ví em um bom tempo, e não esperava ver algo assim num filme infantil.

As referências aos filmes anteriores também são diversas, como no começo, quando vemos a camiseta do lixeiro que vem pegar o saco onde os brinquedos estão (quem assistir, verá o que digo), etc.

Toy Story 3 é um filme excelente. A Pixar mais uma vez acerta e impressiona, com uma grande quantidade de detalhes também (como na cena em que Woody está debaixo de um carrinho de faxineiro e uma das rodas fica balançando por estar solta), nos fascina. Nos deixa feliz, nos deixa tristes, nos toca, nos deixa tensos e faz com que viremos crianças de novo, tudo isso com uma sagacidade simplesmente indescritível. É um filme vencedor. O melhor da trilogia, o melhor filme da Pixar e o 2º melhor filme que já ví na minha vida, perdendo apenas para Kiki’s Delivery Service, do diretor Hayao Miyazaki.

Nota: 10*/10

Falando em Hayao Miyazaki, é feita uma homenagem a ele e ao seu personagem Totoro, do filme Tonari no Totoro. É o bichão de pelúcia da Bonnie. Mais um motivo para eu admirar o que ví.