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Plumtree

Olá!

Então, para quem leu minha crítica de Scott Pilgrim Contra o Mundo viu que eu falei sobre uma banda canadense que não só participou na composição da trilha sonora do filme como também deu o nome ao personagem principal.

Essa banda é Plumtree, e infelizmente ninguém conhece =/

Plumtree é uma banda de pop indie formada em 1993 apenas por mulheres, e que se separou em 2000.

A discografia conta com 4 álbuns de estúdio. Esses álbuns são Flutterboard (de 1994), Mass Teen Fainting (de 1995), Predicts the Future (de 1997) e o seu último, chamado This Day Won’t Last at All (de 2000)

Eu recomendo.

Segue aqui embaixo a música Scott Pilgrim, do álbum Predicts the Future de 1997.

Crítica: Scott Pilgrim Contra o Mundo

Eu sempre fui um nerd. Me mudei em 2007 pra São Carlos, uma cidade tranquila no interior de SP, e mesmo tendo liberdade aqui, sempre honro meus hábitos gamers, que vieram desde que eu era pequeno, morando na grande São Paulo, sem poder sair de casa com frequência, olhando meu primo jogar Resident Evil enquanto me borrava de medo. Aí a gente vai crescendo e conquistando cada vez mais coisas. Suas primeiras bolhas no dedo por causa de Street Fighter, sua primeira vez tocando uma Ocarina em Zelda, a primeira vez que você acaba em um dos finais de Chrono Trigger…E cada vez vamos evoluindo mais.
Scott Pilgrim honra e presenteia a todos aqueles que, assim como eu, desfrutavam de todos os prazeres citados acima.

Quando comecei a ler a HQ pela primeira vez, eu me sentí realmente empolgado. Os personagens, desde o começo, são muito bem desenvolvidos, sendo caricaturas muito bem-desenvolvidas, sempre. O ritmo relativamente lento da narrativa, tratando tudo muito bem, com cenas de comédia muito bem-construídas, com laços e arcos dramáticos muito bons e uma metáfora excepcional, sempre. A grande metáfora da vida sendo composta por fases, cada uma com seu chefe, e que, no final, lhe seria garantida a sua recompensa, a sua “Princesa Peach”, que no caso, é sua – sempre enigmática – namorada Ramona Flowers. Tratando de forma divertida, nerd e muito bem feita a metáfora anteriormente citada e também o sentimento real de superação em relação aos ex-namorados/ex-namoradas, que sempre se torna, como é dito no filme, uma “bagagem”. Além de tudo, é uma realização de todas as fantasias nerds. Com todas as lutas, as meninas bonitas usando marretas gigantes, ninjas lésbicas, poderes psíquicos…meu Deus!

Agora, vamos ao filme. A história básica é a mesma do seu material de origem: Scott Pilgrim (Michael Cera) é um jovem adulto de 20 e tantos anos que mora com seu colega de quarto gay Wallace Wells (Kieran Culkin), baixista de uma banda chamada Sex Bob-Ombs e que namora uma colegial chinesa de 17 anos chamada Knives Chau (Ellen Wong). Isso até que ele sonha com uma menina de cabelo colorido de patins. É assim que ele se torna obcecado por Ramona Flowers (Mary Winstead). Eles, depois de um tempo, vêm a se conhecer melhor e começam a namorar, mas ele descobre então que ela tem 7 ex-namorados do mal que querem matá-lo e que, se ele quer continuar com ela, ele deve derrotar todos.

Como é sempre difícil adaptar certinho de uma HQ, o roteiro faz alterações gritantes na ordem cronológica dos acontecimentos e, claro, várias partes são cortadas. Mas é perceptível o cuidado com o qual tudo isso é feito.

Mesmo deixando de conter partes cruciais e bem dramáticas da HQ, o filme se sustenta por sí só. E também há muitas cenas que são visivelmente tiradas direto do gibí, como a na qual Scott bate a cabeça num poste, acompanhado de onomatopéias e tal, exatamente como no material de origem.

E, ao contrário do material de origem, o filme já conta com uma narrativa absurdamente rápida, mas que não decepciona e não deixa de dar foco no que é necessário . Abusando de piadas visuais (absurdamente efetivas) e de uma montagem e edição rápida e muito inteligente, que com certeza devia ser premiada.

Algo admirável também são os efeitos especiais do filme. Coloridos, sempre remetendo à época 8-bits dos videogames e incluindo características de jogos de luta (os Hit Counters, o som e o grande letreiro de K.O, entre outras). Isso ajuda muito na narrativa rápida do filme e contribui para a nerdisse de tudo e deixa as lutas, além de tudo, muito bonitas de se ver e muito empolgantes, sempre frenéticas, piscantes e visualmente atrativas. A presença das onomatopéias também contribuem muito para a atmosfera criada e ajudam em muitas das piadas.

Admirável também foi a caracterização, uma das partes aonde as adaptações mais pecam. Os personagens, no filme, ficaram ABSURDAMENTE fiéis às suas versões cartunescas na HQ. Desde os personagens mais aleatórios até os principais e os 7 ex-namorados. Os figurinos são impecáveis e ajudam muito nessa parte. Até a roupa de Gothic Lolita que a personagem Kim Pine (Allison Pill – Uma das minhas favoritas, por sinal) usa em uma situação no filme é igualzinha à quando ela usa no gibí.

Outro ponto que gostaria de citar é a trilha sonora, que desde o começo me fez ir ao paraíso. Pegando emprestado algumas músicas de Zelda, com rock, som 8-bits, batidas…cada um dos estilos de música que aparece no filme se encaixa perfeitamente com o que está na tela, tornando a ação mais legal e dando a todos nós mini-orgasmos só de reconhecer a música da Fairy Fountain. Pelo menos eu e meus amigos que me acompanharam tivemos, não leve a mal xD.

E reservo um parágrafo para falar da parte da trilha sonora composta pelas músicas da banda Plumtree, um grupo musical canadense que, infelizmente, é bem desconhecido. As músicas dessa banda são ótimas, porque não são pesadas mas são energéticas e agitadas, sem gritos nem nada do gênero. Sabiam que o nome da HQ foi inspirado em uma música dessa banda? Aham. O criador Bryan Lee O’Malley é fã, então pegou o nome de uma música para ser o nome do personagem principal: Scott Pilgrim, do álbum Predicts the Future, de 1997.

Infelizmente, como fá do gibí tiveram coisas que eu não pude deixar de notar. Muitos personagens que deveriam ser mais representativos ficaram meio opacos e sem muito foco, como o grande Stephen Stills (atuado no filme por Mark Webber), que não só apareceu pouco comparado ao que ele deveria, como também sofreu uma mudança grande na personalidade. Se na HQ, mesmo tendo momentos de fraqueza, ele era durão e imponente, no filme ele é um personagem histérico e que se desespera por pouco. Também, mesmo tendo amado o filme, não conseguí não sentir que faltava alguma coisa. Mesmo sabendo da dificuldade de se adaptar e apoiando as mudanças, havia espaço pra mais. Talvez cenas de ação um pouco mais longas, ou um tempo reservado pros personagens que não foram mostrados direito, como já falei.

Mesmo assim, não posso deixar de admitir que Scott Pilgrim é um filme vencedor em todos os aspectos. Visualmente, na narrativa, nas atuações (até o sempre-igual Michael Cera fica melhor do que te costume) e na atmosfera gamer nerd. E não podia deixar de citar a excepcional voz de narrador de videogames de Bill Hader que aparece em diversas partes do filme.

Não só é divertido, é inteligente, metafórico, tocante e um presente a todos nós que gastamos mais de 90 horas de vida para jogar apenas um jogo de Zelda. É, nós merecemos. Obrigado, Bryan Lee O’Malley, por nos trazer essa HQ. E obrigado, Edgar Wright, por dirigir tão bem esse filme. E, claro, porque Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso são animais também, mas Scott Pilgrim é seu melhor filme. Obrigado, e parabéns.

Nota: 10/10

Scott Pilgrim Contra o Mundo estréia nos EUA dia 13/08

Scott Pilgrim é um gibí de 6 edições criado pelo canadense Bryan Lee O’Malley. A primeira e a segunda edições (em um volume só) já foram lançados aqui no Brasil pela Companhia das Letras.

Conta a história de Scott Pilgrim, um cara de vinte e poucos anos, folgado, despreocupado, gamer e membro da banda Sex Bob-Ombs, que se apaixona por Ramona Flowers, uma americana que trabalha fazendo entregas. Quando eles começam a namorar, ela dá a notícia de que, se eles vão continuar, ele precisava derrotar os 7 ex-namorados do mal dela. É um ótimo gibí, com diálogos simplesmente excelentes, personagem engraçadíssimos e uma comédia muito bem-bolada. O desenho também não deixa a desejar, com seu ótimo estilo cartunesco.

E o filme foi anunciado e já tem dois trailers. Dirigido por Edgar Wright, diretor dos excelentes Chumbo Grosso e Todo Mundo Quase Morto, estrelando Michael Cera no papel do principal.

Vendo pelos Trailers, boto bastante fé no filme, e o diretor é ótimo. Mesmo. Eu realmente boto fé.

Aqui está o segundo trailer. E pra quem quiser comprar o gibí, tem no site da Livraria Cultura e custa cerca de 28 reais.

Sexta-feira, espero que estréiem filmes aqui na cidade, já que essa semana não saiu NADA. Aí, se aparecer algo, eu postarei aqui =P